terça-feira, 15 de março de 2016

Deputado gaúcho, Marco Maia teria cobrado "pedágio" de empresários, segundo Delcídio

Em depoimento à Lava-Jato, senador Delcídio do Amaral citou gaúcho
Por: Carolina Bahia e Guilherme Mazui

Marco Maia teria cobrado "pedágio" de empresários, segundo Delcídio Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados,Divulgação
Anteriormente, deputado já negou que tenha cobrado suborno de empreiteirosFoto: Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados,Divulgação

O deputado Marco Maia (PT-RS) é citado na delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), homologada nesta terça-feira pelo ministro Teori Zavascki. O ex-líder do governo no Senado afirma que o gaúcho e outros parlamentares teriam cobrado ¿pedágio¿ de empresários para que eles não fossem convocados pela CPI da Petrobras, encerrada em 2014. Maia foi o relator da comissão. 
O senador cita o político gaúcho nas páginas 208 e 209 do depoimento. Delcídio falou aos investigadores da Lava-Jato que um grupo de empreiteiros estava preocupado com a ¿exposição pública¿ ao depor na comissão. A ¿força-tarefa¿ para barrar as convocações seria coordenada por Léo Pinheiro (OAS). Ainda integrariam o grupo Julio Camargo (Toyo Setal), Ricardo Pessoa (UTC) e José Antunes Sobrinho (Engevix).
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Delcídio conta que esses fatos lhe foram narrados por Camargo e Pessoa. Pelas informações que o senador teve, ele afirma que participaram de reuniões com empreiteiros os deputados Marco Maia e Fernando Francischini (SD-PR), além dos então senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Gim Argello (PTB-DF). Vital, hoje, é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). 
Segundo o depoimento de Delcídio, os empreiteiros se encontravam nas segundas-feiras com os parlamentares. O objetivo seria negociar a derrubada ou a não votação de requerimentos que fossem desfavoráveis aos empresários. O senador petista disse aos investigadores que não participou das reuniões. 
Nos encontros, os parlamentares teriam pedido dinheiro para derrubar os requerimentos, o que teria irritados os executivos. Os políticos diziam que precisavam de recursos para campanha. Delcídio afirmou no depoimento que não tem certeza, mas que tinha a impressão de que, pelo comportamento de Pessoa e Camargo, a propina chegou a ser paga.
Procurado por Zero Hora, Marco Maia nega as acusações feitas por Delcídio. Ele acredita que o senador tenha citado seu nome na delação por ¿vingança¿, já que indiciou na CPI empresários e o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, aliado do senador petista. Maia também nega que tenha participado de qualquer reunião com executivos de empreiteiras. O deputado afirma que não conhece o empresário Julio Camargo e que vai processar Delcídio por calúnia e difamação.

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