segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Com Aécio Neves, o PSDB tem a maior votação da história

Com Aécio Neves, o PSDB tem a maior votação da história

Em breve discurso, candidato derrotado ressaltou a importância de unir o País em torno de um projeto relevante para a população
YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Tucano agradeceu aos mais de 50 milhões de eleitores que votaram nele
Tucano agradeceu aos mais de 50 milhões de eleitores que votaram nele
O candidato derrotado à presidência, Aécio Neves (PSDB), fez um breve discurso após o resultado das urnas que deu a vitória a sua adversária Dilma Rousseff (PT). Ele agradeceu aos brasileiros e afirmou que cumpriu sua missão. Ao fazer seus agradecimentos, citou os mais de 50 milhões de eleitores que votaram nele e “apontaram o caminho da mudança”. Ressaltou a importância de unir o País em um projeto relevante para a população.
“Considero que a maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado que dignifique a todos os brasileiros.” Aécio agradeceu também o seu vice, Aloysio Nunes.
“Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nunca, eu deixo esta campanha com o sentimento de que cumprimos nosso papel. Combati o bom combate, cumpri minha missão e guardei a fé. Obrigado a todos os brasileiros”, concluiu.
Aécio perdeu a eleição, mas garantiu para o seu partido a maior votação que o PSDB já recebeu em uma eleição presidencial da história. Com praticamente 100% dos votos apurados, o tucano conquistou 51.040.613 votos (48,36% dos votos válidos).
A maior votação que o PSDB tinha alcançado para presidente havia sido no segundo turno de 2010, quando seu então candidato José Serra recebeu 43,71 milhões. Naquela ocasião, Serra perdeu para Dilma, que obteve 55,75 milhões de votos.
Mesmo nas eleições vencidas pelo PSDB em 1994 e em 1998, com Fernando Henrique Cardoso, o partido teve menos votos (35,9 milhões e 34,3 milhões, respectivamente), mas na época havia menos eleitores que hoje.
A inédita unidade registrada pelos caciques do PSDB na eleição presidencial deste ano, especialmente no segundo turno, será colocada à prova em maio de 2015, quando o partido elegerá sua nova direção executiva.
É consenso entre os dirigentes da legenda que o senador Aécio Neves, presidente da sigla, sai fortalecido da disputa, mas isso não significa que seja o nome natural para uma nova tentativa de chegar ao Palácio do Planalto em 2018. Reeleito governador de São Paulo no primeiro turno, o governador Geraldo Alckmin já é tratado por seus correligionários e aliados como pré-candidato à presidência.
Os tucanos paulistas lembram que ele atuou fortemente na campanha de Aécio em São Paulo e teve papel preponderante para que o partido tivesse uma expressiva votação no estado no primeiro e no segundo turnos.
Aécio, em contrapartida, ampliou sua votação no estado de São Paulo no segundo turno, conseguindo 64% dos votos válidos, ante os 44% que teve no primeiro. A vitória no maior colégio eleitoral do País, porém, foi insuficiente para compensar a vantagem de Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais, seu berço político, e na maioria dos estados do Nordeste.
A votação dos paulistas no tucano foi a segunda maior do País, proporcionalmente, atrás de Santa Catarina (68%). Aécio venceu em 578 municípios de São Paulo (90% do total), dez a mais do que no primeira turno. Conseguiu viradas em cidades como Mauá, na Grande São Paulo, região de tradição petista.
Apesar da vitória no plano federal, o PT teve o seu pior desempenho em São Paulo em um segundo turno. Dilma ficou com 36% dos votos, o que representa avanço tímido em relação ao primeiro turno (26%) e uma queda em relação à sua votação no segundo turno de 2010, em que teve 46% dos votos - e perdeu para o tucano José Serra. O PT encolheu até em redutos como o ABC. Assim como no primeiro turno, suas forças se concentraram no Vale do Ribeira, a área mais carente do estado.
Assim que os números decretaram sua derrota, Aécio ligou para a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT). Ele estava na casa da irmã, Andrea Neves, em Belo Horizonte. Dilma, que estava no Palácio do Alvorada, saiu de uma sala em que estava acompanhada de ministros para atender o telefonema. Aécio ligou para reconhecer a vitória da presidente e para cumprimentá-la. 

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