Grupo RBS pode responder ao Ministério Público do Trabalho por demissões em massa
Danubia Paraizo, Gabriela Ferigato, Jéssica Oliveira e Rodrigo Álvares | 05/08/2014 15:15
Após comunicar na última segunda-feira (4/8) o desligamento de 130 profissionais de seu quadro de funcionários, o Grupo RBS pode responder na Justiça do Trabalho pelo que foi categorizada como “demissão em massa” pelo Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (SINDJORS). A expectativa é que pelo menos mais 120 pessoas sejam demitidas a partir da próxima quarta (6/8).
À IMPRENSA, Milton Simas, presidente da entidade, afirmou que tentará um diálogo com a empresa jornalística, na tentativa de um acordo para que algumas demissões sejam revertidas, e que o grupo estenda benefícios por mais alguns meses, como plano de saúde e auxílio refeição.
Crédito:Agência RBS/ Divulgação
Grupo RBS anunciou a demissão de 130 profissionais de imprensa na última segunda-feira (4/8)
Ainda sobre os desligamentos, a maioria nos jornais do grupo, Simas destacou os danos para a população, uma vez que os jornalistas não demitidos terão funções acumuladas. “Sem dúvida, haverá perdas na qualidade das informações. As pessoas já estão se desdobrando desde as demissões que ocorreram ao longo do ano, e com isso, a possibilidade de erros no dia a dia se amplia”.
Em off, jornalistas da empresa afirmaram que desde fevereiro deste ano acontecem demissões “a conta-gotas” nas redações e, por isso, o comunicado não chegou a surpreender. Os profissionais também admitiram um “climão de incertezas” nas redações e preferem não se manifestar até saberem se estão ou não lista, já que o anúncio oficial dos desligamentos começa a partir de quarta (6/8).
Repúdio
Desde julho deste ano, com o anúncio das demissões de Ricardo Stefanelli, diretor de redação de jornais, e Eduardo Gerchmann, diretor comercial do grupo, aumentaram os rumores de que haveria demissões em massa, afirmou Simas. À época, ele chegou a se reunir com o departamento gestor de pessoas da RBS, que não confirmou os desligamentos. Em comunicado oficial, o presidente comentou o caso:
“Há alguns dias nos reunimos com representantes da direção para buscar informações sobre os boatos que circulavam sobre as possíveis demissões. Alegaram que a empresa passaria por uma readequação junto ao mercado, mas não informaram o número de demissões, dizendo que se tratava de assunto interno”.
Para ter dimensão dos desligamentos, a redação da Zero Hora, o maior jornal do grupo, emprega 200 profissionais no jornalismo entre a sede em Porto Alegre e a sucursal em Brasília. O Pioneiro, em Caxias do Sul, tem 80. No Rio Grande do Sul, a empresa mantém ainda os jornais Diário Gaúchoe o Diário de Santa Maria. Em Santa Catarina, a RBS opera com A Notícia, Jornal de Santa Catarina, Diário Catarinense e a Hora de Santa Catarina.
Diante da confirmação dos desligamentos e de seu impacto, o sindicato anunciou que promoverá um ato em solidariedade aos colegas demitidos na próxima sexta (8/8), às 17h, em frente a sede do jornal Zero Hora, em Porto Alegre. “Estamos convocando profissionais de imprensa para protestar contra essa atitude que demonstra total desprezo por seus funcionários”, destacou Simas.
O presidente da entidade reiterou que o sindicato está à disposição da categoria para prestar o apoio jurídico necessário neste momento. “Embora não possamos julgar as estratégias de mercado adotadas pelo grupo, repudiamos o descaso com tantos profissionais que auxiliaram a construir a marca de liderança e credibilidade dos veículos da RBS”.
Procurado, o grupo de comunicação informou que não há nada a acrescentar além do que foi divulgado na nota oficial. (Portal Imprensa)
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