segunda-feira, 7 de abril de 2014

O que funcionou e o que não funcionou na festa e no jogo inaugural do Beira-Rio

Positivo ou negativo

Teste ZH: o que funcionou e o que não funcionou na festa e no jogo inaugural do Beira-Rio

Zero Hora testou e avaliou alguns pontos do novo estádio colorado

Teste ZH: o que funcionou e o que não funcionou na festa e no jogo inaugural do Beira-Rio Bruno Alencastro/Agencia RBS
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Dois dias de lotação máxima mostraram que o Beira-Rio pode não estar ainda pronto para a Copa, mas está com boa parte do caminho andado.
Tanto na festa de sábado à noite quanto no jogo de domingo, as 50 mil pessoas de cada um dos dias foram recebida por um estádio com operação fluida _ considerando que há mais de três anos o Beira-Rio não recebia torcedores em todos os seus setores. Houve filas, mas, ao contrário da reabertura no jogo contra o Caxias, em fevereiro, elas andaram com rapidez. Houve problemas de som - no sábado, era difícil de entender o que se dizia nos vídeos em algumas partes do estádio, no domingo a música ambiente na festa pós-jogo estava alta demais -, mas nada difícil de ajeitar para os próximos eventos.
O torcedor teve um gosto do principal legado da Copa para os colorados: um estádio funcional, em que 50 mil dispõem de múltiplas entradas e saídas e onde não se precisa caminhar muito para encontrar banheiros e bares. O Inter, o Comitê Organizador Local da Copa - que levou técnicos e o gerente gaúcho Paulão para acompanhar a partida deste domingo - e as autoridades de trânsito da Capital tiveram uma amostra do que terão de melhorar para os próximos grandes eventos. Que não se resumem à Copa: do jeito que a torcida está ansiosa por curtir o renovado Beira-Rio, grandes públicos devem ser rotina nas imediações da Padre Cacique em 2014.
Trânsito
Uma medida acertada da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) foi restringir o trânsito na pista do sentido Centro-bairro da Avenida Padre Cacique. Com isso, os torcedores tiveram espaço para chegar a pé ao estádio (opção de muitos que estacionaram longe, por exemplo). No sábado, às 23h30min já não havia sinal dos prometidos táxis que fariam ponto na Rua A. Ônibus "Futebol" havia em boa quantidade.

No domingo, o trânsito ficou bem complicado na saída do jogo _ na Padre Cacique, o que era previsível, e na Avenida Beira-Rio. Bem que a EPTC poderia pensar em liberar, em domingos de futebol, todas as pistas da avenida durante os poucos minutos de escoamento de torcedores.
Circulação
Amplo, o corredor de circulação interna da arquibancada superior foi prejudicado pelas extensas filas dos bares. Em alguns pontos, era preciso vencer pequenos labirintos para conseguir cruzar de um lado ao outro.

Entradas
Grandes mapas no pátio do estádio mostravam os acessos com clareza. Também havia um bom número de orientadores _ alguns até foto de torcedores tiraram. Áreas novas, como os skyboxes, poderiam estar melhor sinalizadas. Jornalistas também tiveram dificuldades para circular pelo estádio, já que nem todos os elevadores levam a todos os níveis.

Acessibilidade
O espaço para cadeirantes e acompanhantes foi ampliado na arquibancada inferior. Também havia pontos para pessoas com deficiência na arquibancada superior. Cadeirantes elogiaram o local de estacionamento exclusivo.

- Desci do carro e já estava no portão - resumiu Luís Fernando Silva Freitas, 37 anos.
Bares
Ponto negativo: muitas filas. Houve quem ficasse quarenta minutos na fila dos bares da inferior e da superior. Em alguns pontos de venda, itens como sanduíches e água mineral terminaram. Aos 25 minutos do segundo tempo, domingo, a fila para comprar pipoca tinha pelo menos 50 pessoas na arquibancada inferior.

Ponto positivo: as diferentes opções, como pizza e cachorro-quente, e o grande número de bares.
Confira alguns preços:
Pipoca pequena: R$ 7
Pipoca grande: R$ 20
Cachorro quente: R$ 12
Fatia de pizza: R$ 10

Volta efêmera
No sábado, muitos colorados comemoraram a volta da venda de cerveja com álcool ao Beira-Rio, por "módicos" R$ 8. Domingo, que havia futebol, só tinha  sem álcool, a R$ 6.

Saída
No sábado à noite, houve certa confusão no momento da saída: torcedores que aguardavam do lado de fora tentavam entrar no estádio quando os portões foram abertos para a saída da torcida, ainda durante o show do DJ Fatboy Slim.

- Libera, libera, libera - gritava um grupo no portão 5 da inferior, pedindo que os seguranças e a Brigada Militar dessem passagem.
Com isso, ocorreu aglomeração daqueles que tentavam sair. Um grupo de cerca de 200 colorados foi liberado para entrar, mas logo o acesso foi negado novamente _ a lenga-lenga se repetiu em outros portões. Policiais, integrantes da equipe de produção e seguranças particulares tiveram dificuldade em resolver a situação.

Cadê lixeira?
Faltaram lixeiras tanto no entorno quanto no pátio do Beira-Rio. Não fosse o trabalho de catadores, seria um mar de garrafas e latas espalhados pelo chão.

Banheiros
Boa parte dos banheiros já estava suja antes do início da festa e do jogo. Não faltavam toalhas de papel e sabonete, mas lixeiras eram raras - em vários banheiros, o papel se acumulava em cantos ou em sacos de lixo.

Torcedores reclamaram do projeto das torneiras, que ficam muito próximas à pia, dificultando para lavar as mãos. Tirando as filas normais, poucos problemas foram registrados _ excetuando pequenos vazamentos de água em algumas cabines e corredores.
Um ponto positivo foi a colocação de banheiros químicos no pátio do estádio _ vermelhos, é claro. Como muita gente ficou tomando uma última cervejinha com amigos antes de entrar, facilitou.

Som...
O show de inauguração, no sábado, trouxe uma lição: a acústica em estádios é traiçoeira. Em determinados pontos, como na arquibancada inferior do lado Sul, havia dificuldade em compreender o que se dizia nos vídeos em alguns momentos. No domingo, o problema foi corrigido de forma simples: o som que saía dos alto-falantes estava altíssimo. Nenhum problema durante a partida, em que as informações de quem entra ou sai nos times são fundamentais, mas as músicas colocadas no final, para embalar a torcida durante a volta olímpica, estavam altas demais.

... e luz
Sábado à noite, o Beira-Rio mostrou o potencial que a nova cobertura, somada à cor vermelha das cadeiras e a uma ocupação total do estádio pela torcida, dá ao estádio. Impressiona o clima da nova casa do Inter à noite. Os telões em alta definição também fazem a diferença - nem comparação com a estrutura do velho Gigante.

No domingo, faltou um cuidado: acender os refletores a partir de 17h40min da tarde, quando o sol foi baixando no Guaíba. O jogo terminou em penumbra - o campo foi iluminado só para a festa de entrega da taça, levantada por Índio e D'Alessandro.

Telefonia
Conseguir sinal em 3G ou fazer uma ligação de celular no entorno e dentro do estádio depois das 18h de sábado ou após as 14h de domingo foi, como de costume, uma façanha. Quem teve a sorte de um celular 4G estava mais tranquilo - a rede nova, mais desocupada, funcionou bem.

O resto dos mortais teve de se armar de paciência para compartilhar, nas redes sociais, suas selfies de dentro do Gigante. Mesmo telefonemas simples exigiram um pouco de paciência.
Mais uma vez, a telefonia tremeu feito time pequeno em jogo decisivo.

VÍDEO: veja como foi a reinauguração do Beira-Rio e o jogo entre Inter e Peñarol
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