quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Maia encaminha representação contra Jean Wyllys para o Conselho de Ética





Documento tem como base cuspe que Wyllys proferiu na direção de Jair Bolsonaro após este defender ex-chefe da época da ditadura militar na votação do impeachment; seis representações, duas de autoria do ator Alexandre Frota, foram juntadas em uma só

Erich Decat, O Estado de S. Paulo

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BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou para o Conselho de Ética da Casa representação contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que deverá responder por ato atentatório ao decoro parlamentar, nesta quinta-feira, 15.



O documento tem como base seis representações apresentadas na Corregedoria da Casa após Wyllys cuspir na direção do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação, em plenário, do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rosseff. Entre as representações estão duas de autoria do ator Alexandre Frota.

Em discurso realizado no dia da votação do impeachment na Casa, Bolsonaro enalteceu o ex-chefe de um dos órgãos de repressão da ditadura militar. “Na hora que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço. Ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece”, explicou Willys, na ocasião.

A decisão de enviar o caso para o Conselho de Ética ocorreu em reunião da Mesa Diretora realizada nesta quarta, 14. Na ocasião, a maioria dos presentes votaram a favor da representação apresentada pelo Corregedor da Câmara, Carlos Mannato (SD-ES), que pede a suspensão do mandato por até 6 meses.

Durante a discussão do caso, Rodrigo Maia chegou a defender que fosse dada apenas uma advertência escrita. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também se colocou contra o envio da representação para o Conselho. Ambos foram, contudo, votos vencidos. Se posicionaram a favor os deputados Giacobo (PR-PR), Mara Gabrilli (PSDB-SP), Alex Canziani (PTB-PR) e Mandetta (DEM-MS).

“Juntei todas as representações em uma só e a conclusão é que essa pena pela cusparada é um pouco mais pesada podendo dar uma pena de suspensão de um a seis meses do mandato. Mas quem vai dar a palavra final é o Conselho de Ética, onde o processo irá começar do zero”, afirmou ao Estado, Carlos Manatto.

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