Fiasco em Brasília: de novo, vaias e nada de gol
Seleção brasileira teve mais uma atuação desastrosa e segue sem marcar gols na Rio-2016. Tropeço contra o Iraque em Brasília põe classificação em risco
Por Luiz Felipe Castro
Neymar reage após lance perdido na partida contra o Iraque no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)
Renato Augusto lamenta chance perdida na partida contra o Iraque em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
O goleiro iraquiano Hameed na partida contra o Brasil no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (Daniel Kfouri/VEJA)
A seleção brasileira precisava de uma atuação convincente para apagar a má impressão deixada na estreia da Olimpíada. Passou bem longe disso. O Mané Garrincha, em Brasília, foi novamente palco de um desastroso empate em 0 a 0, desta vez contra o inexpressivo Iraque. Com um time desorganizado, ansioso e fora de sintonia – Neymar e Gabriel Jesus, as duas principais esperanças, foram péssimos – o Brasil completou 180 minutos sem marcar gols na Rio-2016. Saiu vaiado e aos gritos de “Marta”, a estrela da seleção de futebol que encanta, a feminina. Agora, terá que vencer a Dinamarca, dia 10, na Fonte Nova, em Salvador, para evitar mais um vexame histórico.
A vitória da Dinamarca na preliminar – 1 a 0 sobre a África do Sul – colocou ainda mais pressão na equipe anfitriã antes da partida. E apesar de melhorar o rendimento em relação ao jogo contra os africanos, o drama das finalizações persistiu. Gabriel Jesus, mais uma vez, errou quase tudo que tentou, inclusive duas chances claras de gol na primeira etapa. Gabriel Barbosa estava mais aceso e levantou a torcida com dribles e até balançou as redes na única chance que teve, mas o árbitro assinalou impedimento de Neymar no início da jogada.
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O capitão da equipe, por sua vez, recebeu o carinho da torcida, mas criou pouco e esteve péssimo nas bolas paradas. Muito marcado, Neymar se irritou com a truculência dos iraquianos. O adversário parecia pré-disposto a desestabilizar os brasileiros com provocações e muita “cera” do goleiro Mohammed Hameed. Até mesmo o sempre sereno técnico Rogério Micale se estranhou com o treinador adversário, Abdul Al Ghazali.
Apostando nos contra-ataques, o Iraque por pouco não marcou em falha de Weverton. Após cobrança de lateral, o goleiro do Atlético-PR saiu mal e Abdul-Raheem cabeceou na trave. A melhor chance brasileira veio já no fim da primeira etapa, com Renato Augusto, que aproveitou sobra na área e chutou com força no travessão. O camisa 5, porém, novamente demonstrou pouca mobilidade – ajudou pouco na marcação e não abasteceu o ataque, assim como Felipe Anderson, sumido. O lateral-direito Zeca foi um importante desafogo para o time e também finalizou com perigo.
O técnico Micale não encontrava soluções com os 11 em campo e mexeu logo no início da segunda etapa: Luan e Rafinha Alcântara nas vagas de Felipe Anderson e Jesus – o palmeirense foi bastante vaiado. A paciência da torcida terminou aos 10 minutos, quando os primeiros gritos de “Marta” foram ouvidos no Mané Garrincha. Renato Augusto também encarou a fúria da torcida, que vaiou cada um de seus toques na bola.
A ansiedade tomou conta do time e foram raras as chances de gol. Numa delas, Neymar voltou a acertar a barreira em cobrança de falta. Nervoso, o time errou praticamente todas as escolhas e ainda viu o Iraque ser mais perigoso nos contra-ataques. O Brasil, porém, teve uma chance de ouro para vencer, já no fim: após boa jogada e Zeca pela direita, Renato Augusto recebeu livre, sem goleiro, mas bateu de canela por cima. Gabigol ainda tentou cavar um pênalti, mas não conseguiu enganar o árbitro. No fim, o time aplaudido foi o Iraque, que só precisa de uma vitória sobre a África do Sul para avançar na próxima rodada.
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