quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Dono de posto diz que nadadores americanos praticaram vandalismo


Atletas dos EUA mentiram sobre assalto e teriam até urinado na parede do estabelecimento, diz comerciante. Vídeo mostra confusão
   
POR GUILHERME RAMALHO 18/08/2016 12:04 / atualizado 18/08/2016 15:43
Imagem de vídeo mostra nadadores americanos (vestindo camisas pretas) no posto onde teriam feito ações de vandalismo no banheiro; em seguida, eles foram impedidos de deixar o local por seguranças - Reprodução
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RIO - O dono do posto de combustíveis na Barra da Tijuca onde Ryan Lochte e outros três nadadores americanos se envolveram em uma confusão relatou que os atletas protagonizaram atos de vandalismo no estabelecimento. Segundo o comerciante, Lochte, James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger chegaram a urinar no local, apesar dos apelos dos funcionários para que usassem o banheiro. Os nadadores voltavam de uma festa na Casa da França, na Sociedade Hípica, na Lagoa, e o incidente aconteceu na madrugada do domingo passado. O posto fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.

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— Pararam na lateral do posto, saíram mijando a lateral do posto todo. Tem até imagem da bunda de um, arriando a calça. Foram indicados a ir no banheiro, mas mijaram na lateral, na parede. Não obedeceram à placa, não foram ao banheiro. Uma senhora se negou até a passar (pelo local) minutos antes — disse o comerciante, que preferiu não se identificar.
O episódio no posto foi comprovado em um vídeo da câmera de segurança do estabelecimento, obtido pela polícia. As imagens comprovam que não houve assalto, conforme sustentavam os nadadores inicialmente, e sustentaram a conclusão dos investigadores de que os atletas mentiram ao prestarem queixa de roubo no domingo.

Ainda segundo o dono do posto, um dos atletas chegou a depredar parte do estabelecimento. Eles teriam arrancado uma placa de propaganda, após terem urinado.

— Foi puro vandalismo — afirmou.

LOCHTE, O MAIS 'ABUSADINHO'

O dono do posto — que pediu para não ser identificado — contou ainda que os atletas chegaram ao local de táxi, e bêbados. Pediram então para ir ao banheiro. O frentista de plantão indicou onde ficava, mas, ainda segundo o proprietário do posto, os nadadores sequer entraram no banheiro. E fizeram toda a bagunça. A o notar o que tinha ocorrido, funcionários do posto interpelaram os atletas, pedindo que parassem.

— O Lochte era o mais abusadinho — contou o dono do posto.


Ryan Lochte em entrevista no Rio em 3 de agosto - Martin Bureau / AFP
Segundo o empresário, um cliente, ao perceber a baderna, resolveu chamar a polícia pelo telefone 190. O dono não soube dizer se o cliente era policial. Garante, no entanto, que nas imagens das câmeras de segurança em momento nenhum aparece arma.

Ao notar a bagunça, os frentistas dos posto foram intercedê-los, pedindo para que parassem. De acordo com o dono, dois clientes, “aparentemente policiais”, estavam lanchando no posto e resolveram chamar a Polícia Militar pelo 190. Os atletas tentaram ir embora, mas os dois clientes teriam se identificado como policiais e os intercederam.

— Um ainda saiu correndo. Outro foi atrás. Eles estavam muito agressivos. O taxista que estava com eles desligou o carro e disse que não iria sair porque não queria se meter em encrenca. Cobrou a corrida e recebeu o dinheiro. Foi o que os frentistas nos contataram — contou o dono, acrescentando que os nadadores deixaram US$ 20 e R$100 para cobrir o prejuízo causado — Entregamos o dinheiro para a polícia. Esse valor não cobre os danos que tivemos. A polícia não chegou, e eles foram embora. Acho que pegaram outro táxi.

— Achei sacanagem. Nunca fiz baderna na casa dos outros. Quem me conhece sabe que sou todo certinho. É injusto a gente ter que passar por tudo isso. Isso desmotiva, estressa a gente. Foi uma situação tão ridícula — comentou o empresário, revoltado.

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VERSÃO INICIAL DE ASSALTO

O suposto caso de assalto aos atletas americanos sofreu uma reviravolta nesta quinta-feira, quando a Polícia Civil teve acesso a informações que confirmaram que não houve roubo, conforme a queixa prestada pelos nadadores no fim de semana.

Segundo a primeira versão da história, os quatro nadadores teriam sido assaltados quando estavam em um táxi, voltando da Casa da França, na Sociedade Hípica, na Zona Sul do Rio, de onde saíram às 5h45m, mas as investigações identificaram inconsistências nos depoimentos dos americanos.


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