quarta-feira, 18 de maio de 2016

CORRUPÇÃO NO BRASIL: José Dirceu é condenado a 23 anos de prisão na Lava Jato



Esta é a primeira sentença proferida contra ele no âmbito da Lava Jato; ele é acusado de cinco atos de corrupção passiva e oito de lavagem de dinheiro

Por: Eduardo Gonçalves

O ex-ministro José Dirceu(Vagner Rosário/VEJA.com)

O juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, em Curitiba, condenou nesta quarta-feira o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e 3 meses de prisão. Esta é a primeira sentença proferida contra o petista, que já foi condenado no mensalão, no âmbito da Lava Jato. Dirceu é acusado por cinco atos de corrupção passiva e oito de lavagem de dinheiro. A ação penal se refere ao inquérito da 17ª fase da Operação, chamada de Pixuleco.

Na mesma ação penal, além de Dirceu, foram condenados outras nove pessoas, entre elas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, os ex-dirigentes da Petrobras Renato de Souza Duque e Pedro José Barusco, o executivo da Engevix Gerson de Mello Almada e o lobista da empreiteira Milton Pascowitch.

Segundo a sentença, Dirceu recebeu cerca de 15 milhões de reais em propina de empreiteiras envolvidas no petrolão, em especial da Engevix. No texto, Moro chama a atenção para a suspeita de que o petista embolsou os recursos ilícitos até novembro de 2013, época em que ele já havia sido condenado no mensalão por corrupção.

"O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que praticou o crime inclusive enquanto estava sendo julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470. Nem o julgamento condenatório pela mais alta corte do país representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada", escreveu o juiz.

Ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, Dirceu está preso desde agosto do ano passado na Região Metropolitana de Curitiba. Ele cumpria a pena do mensalão em regime domiciliar, quando foi detido por envolvimento no escândalo da Petrobras.

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