Investigação aponta "confusão operacional e financeira" entre empresas de Lula e uso de influência para obter vantagens
Polícia cita pagamentos ao Instituto Lula e a empresa de palestras do ex-presidente
Foto: Ricardo Stuckert /Instituto Lula,Divulgação
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A 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (4), investiga doações de empreiteiras aoInstituto Lula e o pagamento pelas mesmas empresas por palestras feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em coletiva de imprensa realizada em Curitiba no fim da manhã, o coordenador do Ministério Público Federal (MPF) na operação, procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que 60% dos repasses ao instituto entre 2011 e 2014 foram feitos pelas cinco maiores empreiteiras investigadas na Lava Jato. As mesmas empresas teriam pago 47% das palestras feitas por Lula no período.
O montante investigado envolve R$ 20 milhões em doações ao instituto e R$ 10 milhões em palestras através da empresa LILS, que pertence a Lula. O trabalho desencadeado nesta sexta, denominado Operação Aletheia, incluiu 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, onde investigados são levados a depor. Um deles é Lula, que está sendo ouvido no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Segundo o procurador, também são apuradas possíveis vantagens indevidas ao ex-presidente e sua família. "Estamos investigando o sítio em Atibaia, que acreditamos ser do senhor Luiz Inácio, e o pagamento de benfeitorias no triplex no Guarujá", diz.
Segundo o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, que também participa da força-tarefa da Lava Jato, o mandado contra Lula foi solicitado por questão de segurança.
"Soubemos da mobilização de pessoas para tentar prejudicar as diligências de hoje, por isso foi feito da maneira mais ágil possível.A família de Lula teria usado de sua influência para interferir", afirmou. Para ele, anunciar o depoimento de Lula poderia gerar atrito entre militantes pró e contra o ex-presidente.
O procurador do MPF também criticou o vazamento de informações da investigação pela imprensa. "Os vazamentos são deletérios para as investigações. Muitos fatos já eram de conhecimento de pessoas investigadas, eles nos interessam porque facilitam a obstrução de provas, não temos nenhuma motivação política", disse. motivação política", disse.
Entre as empreiteiras investigadas nesta etapa da operação estão: Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e UTC.
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