Medição da noite de domingo apontou que as águas haviam atingido a marca de 2m81cm
Depois de atingir uma marca histórica de 2m81cm na noite deste domingo, o nível do Guaíba foi baixando durante a madrugada. No entanto, na última medição feita pelo Sistema Metroclima, às 12h27min, as águas chegaram a 2m82cm.
Desde 1967 o nível do Guaíba não atingia esta marca. Autoridades seguem monitorando as águas e alertam que, caso atinga 3 metros, o Cais Mauá pode ser alagado.
Como medida de segurança, 13 das 14 comportas do cais foram fechadas na tarde de domingo. O acesso à Avenida da Legalidade (Voluntários x Cairú) ficará bloqueado em função do fechamento dessas comportas.
Em Eldorado do Sul, a situação também é preocupante. Um terço da área urbana do município está debaixo d'água. Entre 16 e 17 mil pessoas, quase metade da população de 36 mil habitantes, teve as casas invadidas pelas águas. Pelo menos 240 pessoas estão abrigadas no Ginásio do Loteamento e mais de mil saíram de suas residências.
Em 1941, ano da maior enchente já vista na Capital, o volume chegou a 4m76cm, e a água parda e revolta inundou o centro da cidade, assustando a população. Para impedir que a história se repita, a prefeitura decidiu fechar 13 das 14 comportas do sistema de contenção construído na década de 1970 — parte delas fica junto ao muro da Avenida Mauá.
A cheia do Guaíba também cancelou a circulação dos catamarãs. Nesta manhã, a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) afirmou que o serviço não deve operar durante toda a segunda-feira.
A situação no Estado
Mais de 2,4 mil pessoas contabilizaram prejuízos no Rio Grande do Sul até as 11h desta segunda-feira em função dos temporais dos últimos dias. A lista de atingidos, segundo a Defesa Civil do Estado, inclui pelo menos 53 cidades, com 3.985 residências afetadas.
Ao todo, devido à cheia de rios e córregos, mais de 7,6 mil gaúchos foram obrigados a deixar suas casas no fim de semana — 4180 estão em abrigos e 3495 ficaram desalojados e recorreram a amigos e parentes.
No sábado, o governador José Ivo Sartori visitou Santa Maria e conversou pessoalmente com o prefeito Cezar Schirmer sobre os problemas. Também falou com representantes de cidades vizinhas e externou preocupação.
— A situação é delicada, e vim aqui trazer a minha solidariedade. Peço que os municípios façam seus levantamentos e nos informem da real situação. É claro que daremos atenção à região, mas, agora, o momento é de se fazer levantamento, até porque tudo isso é muito rigoroso, é difícil — disse.
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