Reportagens Edição 68 -
Solta o som!
Médicos que têm na música uma válvula de escape para o estresse do dia a dia
Conciliar trabalho, interesses pessoais, família e amigos não é tarefa fácil para ninguém. Quando a profissão escolhida exige dedicação que vai além da jornada das tradicionais oito horas, a missão parece ainda mais difícil. Para driblar o estresse, nada melhor do que ter uma válvula de escape, uma atividade prazerosa que faça tirar do centro das atenções a rotina atribulada do dia a dia.
A comum escolha da música como terapia própria por médicos cachoeirenses chamou a atenção de LINDA, que foi saber por que tocar ou cantar faz tão bem a eles.
Batendo lata – A paixão pela música começou na infância do médico veterinário EDSON LUIZ SALOMÃO, 59. “Meu pai tocava gaita e violão e me incentivou a tocar também”, conta. Ainda sem instrumentos profissionais, o médico acompanhava as músicas com as agulhas de tricô de sua mãe e batia nas latas que encontrava em casa, imaginando ser uma bateria.
A paixão pela música só crescia. “Com 21 anos, quando me formei, comprei minha bateria de verdade”, diz, lembrando do sonho realizado. Hoje Salomão é integrante da banda Doutores do Rock, mas na década de 80 já teve um grupo de música gaúcha chamado Mala de Garupa, uma prova de que a música sempre foi para ele um hobby, algo que alivia a mente dos problemas. “É comum, nos ensaios, um integrante do grupo ter que sair para atender um paciente e chegar mais tarde, mas quem gosta arranja um tempo, assim como eu”, conta o veterinário, que sempre tocou por prazer e sem remuneração.
Conciliar trabalho, interesses pessoais, família e amigos não é tarefa fácil para ninguém. Quando a profissão escolhida exige dedicação que vai além da jornada das tradicionais oito horas, a missão parece ainda mais difícil. Para driblar o estresse, nada melhor do que ter uma válvula de escape, uma atividade prazerosa que faça tirar do centro das atenções a rotina atribulada do dia a dia.
A comum escolha da música como terapia própria por médicos cachoeirenses chamou a atenção de LINDA, que foi saber por que tocar ou cantar faz tão bem a eles.
Batendo lata – A paixão pela música começou na infância do médico veterinário EDSON LUIZ SALOMÃO, 59. “Meu pai tocava gaita e violão e me incentivou a tocar também”, conta. Ainda sem instrumentos profissionais, o médico acompanhava as músicas com as agulhas de tricô de sua mãe e batia nas latas que encontrava em casa, imaginando ser uma bateria.
A paixão pela música só crescia. “Com 21 anos, quando me formei, comprei minha bateria de verdade”, diz, lembrando do sonho realizado. Hoje Salomão é integrante da banda Doutores do Rock, mas na década de 80 já teve um grupo de música gaúcha chamado Mala de Garupa, uma prova de que a música sempre foi para ele um hobby, algo que alivia a mente dos problemas. “É comum, nos ensaios, um integrante do grupo ter que sair para atender um paciente e chegar mais tarde, mas quem gosta arranja um tempo, assim como eu”, conta o veterinário, que sempre tocou por prazer e sem remuneração.
Mais amizades – O cirurgião plástico MARCIO D´ELIA, 38, sempre gostou de música. Aos 19 anos, começou a tocar violão e logo depois guitarra. “Com a música, consigo me desligar momentaneamente das dificuldades. Fazer um som nos torna mais calmos e perceptivos”, conta. Tudo isto sem falar nas amizades que se formam. “Quando nos reunimos para tocar, é muito prazeroso, conseguimos aumentar o círculo de amizades e, de quebra, comer um bom churrasco”, diz.
A Doutores do Rock, banda que D’Elia integra, é formada por profissionais liberais que gostam de música. No repertório, canções dos The Beatles – tudo para shows beneficentes realizados na cidade. “Isto nos dá um prazer muito grande, de juntar o hobby com uma ação social de ajuda ao próximo”, ressalta o médico. Mas como ter tempo para trabalhar, cuidar da família, ensaiar e manter uma banda? Para ele, é questão de organização e disciplina. “Quanto mais atividades desenvolvemos na vida, por incrível que pareça, mais tempo arranjamos para tudo. Acredito que todos devem ter um hobby, praticar atividade física e conviver com pessoas de fora de sua profissão. Isto nos ajuda a abrir nossos horizontes e nos aprimorarmos como seres humanos”, ensina D’Elia.
Conciliando paixões – GUSTAVO FACCIN HERBSTRITH, 19, ainda não se formou em Medicina, mas isto é questão de pouco tempo. Enquanto estuda na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ele vai curtindo a música com apresentações em bares. Com um repertório variado de MPB, pop rock, reggae e sertanejo universitário, o jovem encanta por onde passa e nota-se nos olhos a alegria com que faz as apresentações. “Desde criança, sempre me interessei por música. Aprendi a tocar bateria aos 10 anos e, um ano depois, comecei as aulas de violão”, ressalta. Gustavo se apresenta no Supremo, Containers e Bora Bora. Em Santa Cruz, ele canta no Bar Provisório. Para o futuro, o estudante pretende seguir conciliando a Medicina com a música e, quem sabe, até formar uma banda.
Participação especial – O neurologista MAURO HUSEK CARRION, 63, se interessa por música desde que nasceu. Mas só quando tinha 18 anos é que conseguiu comprar seu primeiro instrumento musical, um violão. Uma nota ali e outra aqui, o médico foi aprendendo por conta. Mais tarde, junto a amigos, fez um curso na antiga escola de música de Cachoeira. Hoje Carrion faz participações especiais na banda Doutores do Rock e admite que não se sente muito à vontade de estar no palco, mas que a emoção é muito grande e estar em convívio com o grupo é um prazer. “Nada me toca mais forte nas emoções do que a música”, diz.
Sucesso no sangue – A banda Os Nettinhos fez sucesso nas festas e bailes de Porto Alegre e da região do Vale dos Sinos. Com um repertório de MPB e samba, a família Netto conquistou o público e por 10 anos agitou os bares. No palco, o médico otorrinolaringologista BRUNO NETTO, 29, que está atuando em Cachoeira, era um dos integrantes. “Cresci num ambiente de música e tenho certeza de que, por meio dela, podemos transmitir sentimentos que mil palavras não conseguiriam”, diz. “Também é bom poder se dedicar a um instrumento, treinar e ter a satisfação de conseguir tocar as músicas que gostamos. Isso é realmente uma terapia cativante”, completa Bruno, que é natural de São Leopoldo e hoje, apesar de não tocar mais na banda, não deixa a música fora do seu dia a dia.
Talento de herança – O anestesiologista JULIANO DE CAMPOS MAGALHÃES, 37, ganhou seu primeiro violão quando tinha apenas 7 anos. O médico vem de uma família de músicos e, como a fruta não cai longe do pé, ele herdou o talento e aprendeu a tocar. “Cresci admirando alguns tios que sabiam tocar vários instrumentos. Dois deles tocaram com a dupla Kleiton e Kledir. Meus primos também me influenciaram”, diz. Não demorou muito para que Juliano seguisse os passos dos tios e com 14 anos já tocava contrabaixo em uma banda de rock. As apresentações costumavam ser na zona norte de Porto Alegre, em casas de festa e em pizzarias. Mas a coisa foi ficando séria e o grupo quis assumir a música como profissão. Nesta hora, Juliano deixou a banda porque queria estudar Medicina e, com 19 anos, entrou na faculdade. O gosto pelas canções não terminou, embora tenha ficado muito tempo afastado delas. Há três anos, o médico retomou o interesse pela teoria musical e começou a fazer aulas de piano, violão e guitarra. “Meu maior prazer não está no palco, e sim na criação”, diz. Em breve, vem novidade por aí. “Um dos meus tios se formou em produção musical e irá mixar o meu disco (para uso pessoal)”, conta.
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