quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sem acordo por defesa de Dilma, protesto de movimentos de esquerda mira Cunha


Atos seriam contraponto a manifestações contra o governo. Mas defesa da petista não une sequer movimentos sociais


Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) durante ato em frente a Secretaria Estadual de Habitação, na região central de São Paulo(Hugo Arce/Fotos Públicas)

Na semana em que centenas de milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a presidente Dilma Rousseff e o PT, movimentos de esquerda organizam uma série de protestos em apoio ao governo nesta quinta-feira. Mas a defesa de Dilma não é unanimidade sequer entre os movimentos chapa-branca. Devido às diferenças políticas e ideológicas dos organizadores, foi definida uma pauta única enxuta, cujos eixos são a crítica ao ajuste fiscal e à Agenda Brasil, a "defesa da democracia" - e ataques ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um dos principais adversários do governo.

Alvo da Procuradoria Geral da República (PGR) por suspeitas de envolvimento no petrolão, Cunha está na mira das manifestações programadas em 23 Estados. Alguns dos atos são uma espécie de contraponto aos protestos de que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais de vinte grupos participam da organização. Os mais conhecidos são a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e a CMP. PSOL e PC do B aparecem como apoiadores e o PT usou inserções na TV para divulgar as manifestações.

A "defesa da democracia" foi a forma encontrada para abordar a defesa do mandato de Dilma sem causar divergências. A ênfase varia conforme a orientação de cada grupo. O MTST, por exemplo, prioriza as questões econômicas e adota tom crítico ao governo. Já a CUT, UNE e CMP, abertamente contrários ao impeachment da presidente, levarão cartazes com a frase "Não vai ter golpe". Embora não tenham sido formalmente convidados, políticos são esperados. O presidente do PT, Rui Falcão, é um dos que confirmaram presença.

Em São Paulo, os movimentos esperam levar mais de 50.000 pessoas às ruas. Até hoje estavam confirmados 350 ônibus para o transporte dos manifestantes até o Largo da Batata, na Zona Oeste, local da concentração, às 17h. De lá seguem até a Avenida Paulista, passando pelas Avenidas Faria Lima e Rebouças.

Rio - Estão programados dois atos no centro do Rio hoje. Militantes do MTST se reúnem às 11h na Cinelândia. "Não é um ato em defesa do governo Dilma Rousseff. É um ato contra a ofensiva de direita conservadora", disse Felipe Brito, um dos coordenadores do MTST. Os manifestantes vão caminhar até o Largo da Carioca.

Já a CUT organiza o movimento Mais Democracia e Mais Direitos, a partir das 14h na Candelária e tem como principal bandeira a defesa da legalidade democrática e do Estado de Direito. Sua principal palavra de ordem é: "Contra o Golpe! Fora, Cunha!". Os militantes seguirão às 17h pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia.

Minas - Em Belo Horizonte, cerca de 15.000 pessoas são esperadas no ato marcado para as 16h na Praça Afonso Arinos, no centro. O coordenador do MST em Minas, Silvio Neto, nega que o ato seja um contraponto ao protesto realizado no domingo contra a presidente que, segundo a Polícia Militar, mobilizou cerca de 6.000 pessoas. "Foi um fiasco tão grande que nem damos mais bola para esses caras", diz Neto. (Veja)

(Com Estadão Conteúdo)

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