Setor não teve principais reivindicações atendidas pelo governo
Caminhoneiros podem realizar novos protestos | Foto: Tarsila Pereira / CP Memória
Caminhoneiros e transportadores autônomos prometem novamente “parar” o Brasil a partir do próximo dia 23 de abril, como ocorreu no final de fevereiro e começo deste mês. Não houve o atendimento da pauta principal de reivindicações durante a segunda rodada de negociações, ocorrida nesta quinta-feira em Brasília, com quatro ministros, que agendaram uma terceira rodada para o dia 22, quando ficou prometida uma resposta final. As principais demandas da categoria são retirada do PIS e da Cofins sobre o óleo diesel; criação de uma tabela de preço mínimo dos fretes; uma linha de crédito de R$ 50 mil aos endividados; e a anulação das multas de trânsito aplicadas durante os protestos.
“Com certeza voltaremos a bloquear estradas”, afirmou após a reunião realizada na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), um dos representantes dos autônomos e transportadoras, o gaúcho Fábio Luiz Roque. Conforme o deputado federal Osmar Terra (PMDB), o governo poderia ter avançado mas nada de oficial anunciou. De acordo com o parlamentar a retirada do PIS e da Cofins correspondem a um alívio de 8% sobre o combustível. “Essa medida significaria uma sobra de R$ 2 mil mensais no bolso do autônomo”, disse Terra.
Na Câmara dos Deputados já tramita uma emenda que propõe a transferência de cobrança do PIS e da Cofins para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), explicou o deputado. Em relação à tabela dos fretes o secretário-Geral da Presidência, ministro Miguel Rossetto, afirmou que a proposta pode ser derrubada judicialmente se for efetivada. O motivo é elementar: o setor, como todos os demais da economia, é regulado pela lei da oferta e da procura e não por tabelas.
O único aceno positivo, conforme Luiz Roque, foi em relação ao pedido de prorrogação, por um ano, das dívidas da categoria contraídas junto ao programa Pró-Caminhoneiro – de financiamento a compra de caminhões novos. A matéria, segundo o deputado, pode ser votada nos próximos dias. Participaram também da reunião, os ministros do Trabalho, das Cidades, dos Transportes e do Trabalho, mais senadores, empresários e dirigentes da ANTT. (Correio do Povo)
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