Vaticano está em alerta máximo para ataque terrorista, diz polícia italiana
Do UOL, em São Paulo
- Claudio Peri/ReutersPapa pediu que "dirigentes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos" condenem "qualquer interpretação fundamentalista e extremista da religião que justifique" a violência
A Divisão de Investigação Geral e de Operações Especiais da polícia italiana afirmou nesta segunda-feira (12) que o Vaticano está em "alerta máximo" com a possibilidade de um ataque terrorista. A polícia ressaltou, porém, que "não há, até o momento, ameaça alguma" e que "não pode confirmar" um atentado do EI (Estado Islâmico) à Santa Sé.
De acordo com o serviço secreto dos Estados Unidos, o próximo alvo dos terroristas do grupo terrorista é o Vaticano, após os atentados ocorridos em Paris na semana passada. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (12) pela TV estatal israelense Canal 1.
O chefe da unidade de polícia de operações especiais de Roma, Diego Parente, afirmou que, após os ataques terroristas em Paris, Roma "revisou e potencializou todas as medidas de segurança", mas explicou que as precauções já "tinham aumentado" antes dos incidentes.
Segundo ele, foram considerados "todos os alvos sensíveis", lugares dos quais Roma "está cheia", e as medidas foram tomadas "sem privilegiar uns em relação aos outros", e sim de forma global.
Ainda de acordo com Parente, a capital reforçou o dispositivo de segurança no bairro do Gueto Romano e em redutos judeus, assim como em "embaixadas, monumentos, lugares de culto e redações de jornal e televisão".
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, no entanto, negou que eles tenham "recebido relatórios de outros países" e disse que não há "sinais concretos e específicos de riscos" de um ataque à Santa Sé. "Não é o caso de alimentar preocupações sem motivação", disse.
Papa condena atentados em Paris
Em discurso de alto teor político, o papa Francisco condenou nesta segunda-feira as "formas deturpadas de religião" após "o massacre trágico" da semana passada em Paris. A fala aconteceu durante encontro com membros do corpo diplomático credenciado, no Vaticano.
Francisco também pediu que "dirigentes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos" condenem "qualquer interpretação fundamentalista e extremista da religião que justifique" a violência.
O pontífice condenou "o terrorismo" e afirmou que "o fundamentalismo religioso, antes mesmo de descartar seres humanos perpetrando horrendos massacres, rejeita Deus, relegando-o a um mero pretexto ideológico".
"A cultura que rejeita o outro, que destrói os vínculos mais íntimos e autênticos, desfaz e desagrega toda a sociedade e gera violência e morte", disse.
"Há um tipo de rejeição que nos afeta todos, que nos leva a não ver ao próximo como a um irmão ao qual acolher, mas a deixá-lo fora de nosso horizonte pessoal de vida, a transformá-lo em um adversário, em um súdito ao qual dominar", afirmou o papa.
"Essa é a mentalidade que gera a cultura do descarte, que não respeita nada nem ninguém: desde os animais aos seres humanos, e inclusive o próprio Deus. Daí nasce a humanidade ferida e continuamente dividida por tensões e conflitos de todo tipo."
No mesmo discurso, o papa elogiou o fim do "silêncio recíproco" entre Estados Unidos e Cuba, comemorou "os esforços realizados para alcançar uma paz estável na Colômbia", e pediu a retomada das negociações entre Israel e Palestina e a criação de dois Estados. (Com agências internacionais)
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