quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DE DIA FALTA ÁGUA PORQUE DE DIA FALTOU LUZ? (Jornal O Correio desta quarta 14.01.2015)

DE DIA FALTA ÁGUA PORQUE DE DIA FALTOU LUZ? (Jornal O Correio desta quarta 14.01.2015)
Nenhuma cidade do Brasil me parece totalmente preparada para enfrentar ventos acima de 110km por hora e nem um chuvas torrenciais com acúmulo de grande índice pluviométrico em pouco tempo. Certamente Cachoeira do Sul não seria exceção nisto. Mas, ao mesmo tempo, em que se entende que fenômenos meteorológicos afetam de forma cruel uma população, especialmente os segmentos mais carentes, é preciso cobrar algumas outras tantas coisas.

Além de quebra de árvores, dos desmoronamentos, do transbordamento de sangas, riachos, bueiros, do esburacamento de ruas, destelhamento de casas, há os inevitáveis cortes de energia e, para quem não está devidamente estruturado, o consequente desabastecimento de água.
Mas se evitar chuvas e ventos fortes é quase impossível, saber que vão acontecer uma ou várias vezes ao ano é mais do que preciso. Então, se paralelamente, na cidade se tem ainda cerca de 70% de postes de madeira e se outros fatores combinados não ajudam a enfrentar os problemas a situação tende a se agravar.
Sejamos claros... A AES Sul teve mais de 25 mil casos de falta de luz para atender a partir de sábado. E seus canais de comunicação propostos publicamente, o telefone 08007077272 e o torpedo 28410 simplesmente não funcionavam no ápice da crise. No primeiro, o cliente ouvia apenas música, até que depois de alguns minutos o sistema informasse que “todas as posições estão ocupadas” e a ligação caísse. Já o uso do torpedo com o código do cliente, também se mostrava inútil, pois retornava com mensagem de que o “serviço está indisponível” e recomendava o uso do 0800 já citado. Resumindo: a empresa se tornou incomunicável e os clientes já sofrendo os prejuízos da chuva e do vento, ainda ficaram sem nenhuma informação sobre quando teriam de volta o serviço pelo qual pagam e que custa caro.
No caso da Corsan o problema muitas vezes repetido da falta de água aos cachoeirenses pela ausência de energia em seus motores, deveria ser facilmente contornado a partir da anunciada aquisição de pelo menos três geradores modernos, que entraram no pacote de negociações para que a Corsan fosse recontratada e que o novo contrato de concessão fosse assinado. Não resolveu. Segundo o gerente local da Companhia, Mauro Roberto de Moraes Adolfo, um deles teve problema com o rompimento de uma correa o que o tornou sem ação até que houvesse a substituição. Outro, móvel, em cima de um caminhão, teria sido instalado, mas pelo tempo em que ficou funcionando teve super aquecimento e o sistema de proteção o desarmou fazendo-o parar. E o terceiro ainda estaria em processo de implantação. Ou seja, ou são insuficientes, ou equipamento não está dentro dos padrões necessários para garantir água a todos moradores quando falta luz. Especialmente aos bairros mais distantes e localizados na denominada “parte alta” da cidade.
Aos que pagam seus impostos de água e luz e que ficaram mais de 2 dias sem acesso à geladeiras, iluminação, ventiladores, banho e tudo mais, parece mais do que justo que protestem e que exijam não só explicações como ações rápidas, objetivas e que funcionem para evitar ou minimizar problemas desta espécie. Mesmo sem grandes novidades o gerente da Corsan foi acessível. Já o da AES Sul, Leandro Backes, segundo a assessoria de imprensa aqui na capital, só teria tempo para conversar e dar entrevista hoje, quarta, o que para esta coluna já não adiantaria. Ontem muitos clientes ainda reclamavam de falta de energia. O cálculo é de que pelo menos 200 deles ainda sofriam com o problema. E aí como fica? A empresa já foi multada e mais de uma vez nos últimos meses pelo mau atendimento a seus clientes. Será que outra multa está a caminho?
E O PREFEITO?
Enquanto milhares de cachoeirenses penavam sem água e sem luz, não seria justo esperar da prefeitura que pelo menos fizesse circular pelos bairros mais atingidos um caminhão pipa; que solicitasse apoio dos bombeiros, que deslocasse caminhões de atendimento mais emergencial das obras e de energia? Não seria justo que se buscasse apoio da Secretaria de Assistência Social, etc, etc? Ou seja montar um plantão, auxiliar aos necessitados. Mas, como se viu, Neiron foi mais uma vez uma omissão total. Continua não justificando o alto salário que os cidadãos do município lhe pagam. Espero que pelo menos explique a total ausência de ação. Zero, como sempre..

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