CLIMA
Temporal provoca estragos em várias cidades do Estado
Municípios da Fronteira Oeste e da Região Metropolitana foram os mais prejudicados
DANIEL BADRA/AGÊNCIA FREELANCER/JC
Em Livramento, os ventos chegaram a 130 km/h e oito torres de geração eólica tombaram
O verão, que começou oficialmente às 21h03min de ontem, foi antecedido pela contabilização dos estragos causados pelos fortes temporais que atingiram o Estado a partir da noite de sábado. As regiões mais afetadas foram a Fronteira Oeste e a Metropolitana, sendo Santana do Livramento e Esteio os municípios que sofreram maiores danos. Este último teve cerca de 300 casas destelhadas, além de árvores e postes caídos. Não há registros de mortos, feridos ou desabrigados. Segundo a Brigada Militar, algumas famílias tiveram que buscar abrigo temporário em casas de parentes.
No Parque de Exposições Assis Brasil, boa parte da estrutura foi destruída, com alguns pavilhões totalmente danificados. De acordo com estimativas da Defesa Civil, cerca de 20 mil pessoas foram atingidas, de alguma forma, pelo vendaval no município. Foram 52,4mm de chuva, sendo 30mm em menos de uma hora e meia. O bairro Novo Esteio foi o mais prejudicado.
Em Bagé e Livramento, equipes da Defesa Civil distribuíram lonas para a cobertura de casas e estabelecimentos que foram destelhados em razão dos fortes ventos. Oito torres do parque eólico da Eletrosul, em Livramento, caíram por conta das rajadas, que ultrapassaram os 100km/h. Além disso, a emergência do Hospital Santa Casa foi destelhada e precisou ser fechada. A prefeitura decretou estado de calamidade.
Milhares de clientes das empresas de energia ficaram sem luz, sendo 500 mil da AES Sul, 35 mil da CEEE e mais 35 mil da RGE. As companhias não deram previsão de quando o fornecimento será completamente normalizado.
De acordo com a AES Sul, ventos de quase 130km/h e a chuva forte de sábado causaram danos à rede elétrica em toda a área de concessão da empresa, o que provocou a interrupção de energia para meio milhão de clientes no pico do temporal. Até o final da tarde de ontem, esse número havia caído para 150 mil. Na área de concessão da RGE, os municípios mais atingidos foram Cruz Alta, Santo Ângelo, Taquara e Nova Prata. As equipes estão nas ruas para fazer os reparos, mas não há previsão de volta da energia elétrica.
O temporal danificou equipamentos e postes também na área de concessão da CEEE. Até o início da tarde de ontem, pelo menos 30 mil clientes ainda estavam sem o serviço. Segundo a empresa, ainda há postes caídos, alimentadores com defeito, redes rompidas e estruturas que precisam de reparos.
Na Capital, a noite de sábado também foi marcada por vendaval, chuva torrencial e raios. Foi um dos mais fortes temporais de verão a atingir Porto Alegre nos últimos anos. Houve alagamentos em alguns pontos da cidade, mas os problemas maiores se deram em consequência do vento. Pelo menos 20 casas ficaram destelhadas e 26 árvores caíram.
Outro registro foi de um poste que caiu sobre um carro na avenida Assis Brasil, deixando duas pessoas feridas. O terminal de ônibus Triângulo, na zona Norte, também foi destelhado em alguns pontos. Ontem, com a continuidade da chuva, diversas vias ficaram alagadas. A avenida Voluntários da Pátria chegou a ficar intrafegável devido ao acúmulo de água na pista.
Na avenida Engenheiro Frederico Dahne, quase esquina com a Baltazar de Oliveira Garcia, na zona Norte, a força dos ventos derrubou galhos sobre a fiação elétrica, deixando parte do bairro Sarandi sem energia. O condomínio Jardim América, na altura do número 560, está sem água, diante da impossibilidade de acionar as bombas que abastecem os reservatórios.
O Sistema Metroclima confirmou junto à Força Aérea Brasileira (FAB) rajadas de quase 130km/h. A última vez que a Capital teve vento tão intenso foi em maio de 2008, durante um ciclone que gerou vento intenso durante várias horas seguidas e resultou na queda de mais de 500 árvores.
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