Polícia invade café e põe fim a cerco em SydneY
A polícia invadiu o café onde um homem armado
mantinha diversas pessoas como reféns em Sydney, na Austrália.
De acordo com as autoridades, o cerco ao café chegou ao fim. Ainda não há
detalhes sobre o número de feridos na operação.
Relatos da mídia local sobre dois mortos não foram confirmados pela
polícia.
O homem foi identificado como Man Haron Monis, um clérigo iraniano que pediu
asilo político na Austrália. Já no país, ele chegou a ser preso e libertado após
pagar fiança.
Segundo jornais australianos, ele foi acusado de ser cúmplice do assassinato
de sua ex-mulher e é alvo de mais de 40 denúncias de violência sexual.
Monis foi descrito por seu ex-advogado como um homem isolado, que estaria
agindo sozinho.
A polícia disse que manterá o centro de Sydney cercado até que os reféns
sejam libertados sem ferimentos.
Uma bandeira preta com frases islâmicas foi exibida na janela. Não estava
claro quantas pessoas eram mantidas reféns.
Até antes da ação policial, cinco pessoas haviam conseguido sair do local,
localizado no centro comercial Martin Place, uma movimentada área do distrito
financeiro de Sydney. Não se sabe se elas foram libertadas ou escaparam.
O homem teria usado três dos reféns para fazer exigências, forçando-as a
permanecer ao lado de uma bandeira preta e falar a uma câmera.
Além de enfrentar mais de 40 acusações de crimes sexuais, Monis foi acusado
de enviar cartas ofensivas a famílias de soldados australianos mortos.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, considerou "profundamente
chocante" que pessoas estejam "sendo mantidas reféns por um homem armado sob
motivações políticas"
"A Austrália é uma sociedade pacífica, aberta e generosa - nada deve mudar
isso e é por isso que eu gostaria de pedir que todos os australianos sigam com
suas vidas normalmente", disse ele na capital, Canberra.
Grupos de imprensa disseram terem sido contatados pelo homem, que fazia
exigências. A polícia pediu à imprensa que não divulgasse o conteúdo das
mensagens.
O Itamaraty não confirmou a informação de que até dois brasileiros pudessem
estar entre os reféns. A chancelaria disse ter informado à polícia australiana
sobre os boatos, mas não disse não ter informações suficientes para confirmar ou
não.
Familiares de uma brasileira disseram à imprensa brasileira que ela estaria
entre as pessoas mantidas pelo sequestrador. Em seu perfil no Facebook, a mulher
postou mensagens que, segundo ela, teriam sido feitas a pedido do
sequestrador.
Sem luz
O canal Channel 7, que tem um escritório em frente a cafeteria, disse que as
luzes dentro do local foram desligadas à noite.
"Nosso único objetivo, e não importa quanto isso durar, é tirar com segurança
essas pessoas que estão atualmente dentro do prédio", disse o comissariado da
polícia de New South Wales Andrew Scipione.
O incidente começou na hora em que os funcionários chegavam para trabalhar
nesta segunda-feira no centro comercial Martin Place. O centro comercial fica no
distrito financeiro de Sydney, sede de dois dos maiores bancos australianos.
Testemunhas disseram que um homem armado e de mochila entrou no café Lindt,
onde estariam naquele momento dez funcionários e 30 clientes.
Escritórios ao redor foram esvaziados e policiais pediram que as pessoas
ficassem dentro dos prédios e afastadas de janelas abertas. O famoso prédio da
Ópera de Sydney também foi evacuado e todos os eventos programados para esta
segunda-feira foram cancelados.
Seis horas depois do início do incidente, três pessoas saíram por uma porta
lateral do café. Uma hora depois, duas outras pessoas saíram. Não se sabe se
elas escaparam ou foram libertadas.
O correspondente da BBC em Sydney Jon Donnison disse haver uma grande
operação policial, rara na cidade.
A bandeira preta exibida pelo homem armado é similar, mas não totalmente
igual à usada pelo grupo Estado Islâmico, que atua em regiões do Iraque e da
Síria, disse o correspondente de segurança da BBC Frank Gardner.
A Austrália participa da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra
militantes do grupo Estado Islâmico no Iraque. O país elevou seu nível de ameaça
terrorista em setembro.
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