Supremo
Em 2016, PT terá indicado dez dos onze ministros do STF
Gilmar Mendes será o único integrante da corte a não ter sido nomeado por um presidente petista; Celso de Mello e Marco Aurélio Mello deixarão o STF
Gabriel Castro, de Brasília

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (ABR/VEJA)
No momento em que as investigações sobre o petrolão
avançam e mais autoridades com foro privilegiado são mencionadas pelos delatores
do caso, a reeleição da presidente Dilma Rousseff permitirá a ela indicar mais
cinco nomes para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de 2016,
o único integrante do STF não indicado por um presidente petista será Gilmar
Mendes. Se permanecer no cargo até a aposentadoria compulsória, ele deixará a
corte em 2025.
Hoje, há uma vaga aberta no tribunal: Dilma ainda não escolheu o sucessor de
Joaquim Barbosa, que se aposentou em julho. Outros dois lugares surgirão na
primeira metade do próximo mandato da presidente. Em novembro de 2015, Celso de
Mello completará 70 anos e deixará a corte por causa do limite de idade.
Decano do STF, ele foi indicado em 1989 pelo presidente José Sarney. Em julho de
2016, quem terá de se aposentar é Marco Aurélio Mello, nomeado por Fernando
Collor em 1990.
Com exceção de Gilmar Mendes, dos outros dez ministros, três foram escolhidos
por Lula: Ricardo Lewandowski, Cármen Lucia e José Dias Toffoli. Sete estarão na
conta de Dilma: Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso e os
três nomes que ela ainda vai escolher. Dilma ainda poderá substituir outros três
ministros em 2018: Lewandowski, Rosa Weber e Zavascki. Eles terão de se
aposentar no último ano de mandato da presidente.
A mudança no perfil do STF se acentuou nos últimos anos. O julgamento
do mensalão deixou evidente uma divisão na corte: os ministros mais
antigos, inclusive alguns nomeados por Lula, foram mais rigorosos do que os
integrantes mais novos do Supremo. O julgamento dos embargos do processo, que
favoreceu os condenados e reduziu a pena de figuras como José Dirceu e José
Genoino, teve a participação decisiva dos novatos Teori Zavascki e Luís Roberto
Barroso.
Durante o julgamento dos embargos, após a absolvição dos réus
que haviam sido condenados por formação de quadrilha, Joaquim Barbosa afirmou
que os novos nomes foram escolhidos para livrar os mensaleiros: "Temos uma
maioria formada sob medida para lançar por terra o trabalho primoroso desta
corte no segundo semestre de 2012", disse. Barbosa também fez um alerta:
"Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é apenas o
primeiro passo. É uma maioria de circunstância que tem todo o tempo a seu favor
para continuar sua sanha reformadora".
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