Segundo turno
Sartori eleva tom das críticas e Tarso volta a cobrar propostas
Candidatos ao Piratini se encontraram na manhã desta quarta-feira em programa transmitido para rádios do Interior
22/10/2014 | 09h49
A quatro dias da votação, José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) protagonizaram um debate voltado ao Interior — promovido pela Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e TV (Agert), o programa foi transmitido por mais de cem emissoras. Invertendo a estratégia adotada anteriormente, o candidato peemedebista decidiu "olhar para trás": mas, desta vez, para criticar as promessas não cumpridas pelo oponente. Já o petista manteve o mesmo discurso imprimido desde o segundo turno: a cobrança de propostas do ex-prefeito de Caxias do Sul.
— O candidato Sartori, na verdade, é um vazio de projetos. Pede um cheque em branco à sociedade gaúcha — disse Tarso ainda no primeiro bloco.
— Eu prefiro um cheque em branco do que um cheque sem fundo — retrucou Sartori, em referência às propostas não postas em prática pelo concorrente.
Dívida pública e estradas dominaram o programa. Logo na primeira questão, o peemedebista apontou que as finanças públicas não foram equilibradas pelo governo Tarso que, segundo ele, endividou mais o Estado sem a contrapartida da melhoria de serviços. Sartori questionou por que a renegociação da dívida ainda não saiu. O governador afirmou que em nenhum momento se propôs a equilibrar as economias do Rio Grande do Sul "porque essa é uma promessa de visão neoliberal que arrocha salários e cria maiores desigualdades sociais".
Na sequência, o racha do PMDB na eleição presidencial veio à mesa. Tarso perguntou a razão pela qual Sartori apoia Aécio Neves (PSDB) ao invés de Dilma Rousseff (PT):
— Por que o senhor apoia para a Presidência um partido que não é seu, um candidato que não conhece o Rio Grande do Sul?
— Apoiamos o Aécio porque ele tem compromisso com o Rio Grande do Sul e é uma alternativa política de mudança do país. Entendo que 12 anos do mesmo é muito perigoso — respondeu Sartori.
Em uma perguntas sobre infraestrutura, o candidato do PMDB cobrou do governador o motivo pela "piora da situação das estradas gaúchas". Tarso alegou que nunca se investiu tanto em rodovias e que "construiu o dobro de acessos municipais do que os dois governos do PMDB" (em referência às administrações de Germano Rigotto e Yeda Crusius, da qual os peemedebistas foram aliados). O petista ainda questionou como o oponente pretende, caso eleito, cortar despesas no Estado. Sartori defendeu a mudança do projeto de renegociação da dívida pública, atualmente aguardando votação no Senado, "reduzindo a prestação mensal a um patamar respeitável".
O atual governador ainda acusou o concorrente de seguir uma "tática de marketing" e ter adotado uma postura agressiva. Sartori disse que aguentou "muitos ataques" e criticou a estratégia do concorrente. Porém, em tom mais elevado do que nos debates anteriores, o ex-prefeito de Caxias do Sul questionou:
— Como o senhor explica que condena concessões e faz o mesmo? — em referência a convênio do Banrisul com a empresa privada Icatu Seguros.
— Concessão é quando o Estado concede um serviço a uma instituição privada e mantém o controle a partir de um contrato, não é privatização, como o que foi feito por vocês na CEEE — retrucou Tarso.
Na agenda da reta final de campanha, os candidatos se enfrentam em mais um debate nesta quarta-feira — desta vez, a partir das 13h30min na Rádio Guaíba. O embate final está marcado para quinta-feira à noite na RBS TV.
OS DEBATES NO RS
Terça-feira, dia 14: Rádio Gaúcha - saiba como foi
Terça-feira, dia 14: TV Pampa - saiba como foi
Quinta-feira, dia 16: Band - saiba como foi
Sexta-feira, dia 17: SBT - saiba como foi
Domingo, dia 19: Rede Record - saiba como foi
Quarta-feira, dia 22: Agert
Quarta-feira, dia 22, às 13h30min: Rádio Guaíba
Quinta-feira, dia 23, às 22h30min: RBS TV
OS DEBATES NACIONAIS
Terça-feira, dia 14: Band - saiba como foi
Quinta-feira, dia 16: SBT - saiba como foi
Domingo, dia 19: Record - saiba como foi
Sexta-feira, dia 24, às 22h10min: Rede Globo
* Zero Hora
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