Aécio acusa Correios de não entregar cartas de campanha em Minas Gerais
Candidato acionará Justiça contra presidente da estatal e ministro.
Segundo Correios, 'informação não procede'; ministério não se pronuncia.
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (1º), durante evento de campanha em Mogi das Cruzes (SP), que entrará com ação na Justiça contra o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, devido a denúncias de que eleitores de Minas Gerais teriam ficado sem receber correspondências de sua campanha.
Na terça-feira, a coligação de Aécio já havia anunciado que acionaria o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por denúncias de suposto favorecimento dos Correios à campanha de Dilma Rousseff em Minas e ao candidato petista a governador do estado, Fernando Pimentel. As informações sobre a ação dos Correios em Minas foram divulgadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.
"Depois de uma denúncia feita por uma liderança do PT de que os Correios estavam privilegiando a candidata oficial, agora recebemos denúncias [...] de que os Correios em Minas, durante toda a campanha, não cumpriram com a sua responsabilidade. Cometeram um crime e não enviaram as correspondências da nossa campanha, seja do candidato [Pimenta da] Veiga, [candidato a governador] , seja da candidatura presidencial", disse Aécio.
"Nós estamos entrando na Justiça e responsabilizando criminalmente desde o ministro responsável pela área, o ministro das Comunicações, como o presidente dos Correios e o superintendente, que participaram desse crime [...]. Centenas de pessoas se manifestaram e disseram não ter recebido correspondência durante período eleitoral", completou Aécio.
O Ministério das Comunicações informou que não vai comentar o assunto. A assessoria de imprensa dos Correios informou que "as informações não procedem" e que "a entrega de material de campanha de todos os candidatos está sendo realizada normalmente".
"Entre agosto e setembro, os Correios já realizaram a entrega dos mais de 11,2 milhões de itens referentes à campanha de Aécio Neves. Cerca de 2,1 milhões de itens de Pimenta da Veiga e mais 1 milhão de itens de Aécio Neves, que foram postados no final da semana passada, estão sendo entregues normalmente e dentro do prazo contratado pelos clientes", destacou a assessoria por meio de nota.
Mais tarde, durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG), Aécio informou que acionará também o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para investigar as denúncias. "Essa forma de governar do PT, se apropriando do estado como se fosse seu patrimônio tem que ser encerrada e os responsáveis têm que ser exemplamente punidos. O PT atenta contra a democracia", disse.
Segundo Aécio, as denúncias sobre a falta da entrega de correspondências ocorreram nas últimas 24 horas, após a divulgação de reportagem de "O Estado de S.Paulo". Um vídeo divulgado nesta terça pelo site do jornal mostra uma reunião com dirigentes dos Correios em Minas Gerais, em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) afirma que a presidente Dilma Rousseff só chegou a 40% das intenções de votos no estado porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".
Em outro momento, Durval Ângelo, um dos coordenadores da campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas, pede ao presidente dos Correios que informe à direção nacional do partido sobre "a grande contribuição que os Correios estão fazendo" nas campanhas. O vídeo não deixa claro qual é a "grande contribuição" que a estatal estaria fazendo.
'Crime sem precedentes'
Mais tarde, em campanha na cidade de Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais, Aécio fez duras críticas ao PT e reafirmou que vai brigar para que o susposto "crime" nos Correios em Minas Gerais seja apurado.
"Se comprovado isso, é um crime sem precendentes na história política de Minas Gerais. É inaceitável. Se comprovado que a Empresa de Correios e Telégrafos privilegiou um partido político, através de seus dirigentes, como as imagens e os depoimentos de um deputado estadual parecem comprovar, é algo, repito, de uma gravidade jamais vista em Minas Gerais", declarou Aécio Neves.
O candidato ressaltou que vai defender as instituições públicas de Minas Gerais até o limite das suas forças. "Nós não podemos permitir que aquilo que vem acontecendo com a Petrobras, venha acontecer com as nossas grandes empresas como a Cemig e a Copasa. Isso é patrimônio da nossa gente. Os governos passam e as empresas continuam a prestar seus serviços", destacou.
O candidato que desembarcou em Valadares por volta das 18 horas, deu uma entrevista à imprensa ainda no aeroporto local, de onde saiu em carreata. No Centro de Valadares, Aécio acenou para as pessoas, desceu de um carro aberto, cumprimentou eleitores e entrou em outro carro fechado. Ele seguiu para o aeroporto de onde decolou às 19h40 com destino ao Rio de Janeiro.
Fator previdenciário e municípios
Na passagem por Mogi das Cruzes, Aécio Neves esteve acompanhado por Geraldo Alckmin,candidato a reeleição ao governo do estado de São Paulo pelo PSDB. Aécio fez corpo a corpo com eleitores, deu entrevista coletiva à imprensa e tomou café em uma padaria com Alckmin e os demais políticos presentes.
O presidenciável lembrou que nesta quarta-feira (1°) é comemorado o Dia do Idoso e destacou que o Brasil não tem políticas públicas que permitam o idoso envelhecer com dignidade. “Eu quero reafirmar aqui o meu compromisso com a revisão do fator previdenciário para que nós possamos permitir que os aposentados possam terminar a sua vida depois de terem contribuído tanto para opaís com maior dignidade e melhores condições”.
Aécio disse também que, se eleito, vai permitir que os municípios adquiram condições próprias de enfrentar dificuldades. “Eu proibirei, por exemplo, as desonerações que o governo federal vem fazendo e que impactam nas receitas dos municípios, de estados. Agora, só falta ser feitacom a parcela da receita que pertence a União", declarou.
* Colaborou Diego Souza, do G1 Vales de Minas Gerais
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