quinta-feira, 15 de maio de 2014

RS: Pai foi o "patrocinador" da morte de Bernardo, diz MP

Pai foi o "patrocinador" da morte de Bernardo, diz MP

Coletiva foi concedida nesta quinta-feira detalhando as denúncias

Eduardo Matos
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eduardo.matos@rdgaucha.com.br
Nícolas Andrade
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nicolas.andrade@rdgaucha.com.br
Os detalhes da denúncia foram apresentados pelo MP
Foto: Eduardo Matos  / Rádio Gaúcha
Em coletiva nesta quinta-feira (15), o Ministério Público apresentou denúncia contra quatro pessoas envolvidas na morte de Bernardo Boldrini. O pai do menino, Leandro, foi indiciado junto com a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, a amiga Edelvânia Wirganovicz, e o irmão dela, Evandro Wirganovicz. Em seu pronunciamento, a promotora Dinamárcia Maciel afirmou que há provas suficientes para comprovar que o pai do menino foi o mentor e o patrocinador do crime.
O pai, a madastra e a assistente social responderão por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Os quatro, incluindo o irmão de Edelvânia, foram denunciados por ocultação de cadáver. Leandro Boldrini foi denunciado, ainda, por falsidade ideológica. Ele registrou ocorrência do desaparecimento do filho, dois dias depois de ele ser morto. A promotora citou ainda, diversos relatos de familiares em que Bernardo era ofendido por seu pai.
Segundo a promotora, "ele é o mentor intelectual do crime, ele tinha o domínio do fato, a decisão da morte do filho foi dele, a prova existe". Dinamárcia Maciel disse ainda que segundo a investigação da Polícia Civil, Leandro não apenas desejou como autorizou o crime. Foi ele também que orquestrou os álibis para livrar os envolvidos do crime.


Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.

De acordo com o pai, o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4 de abril, onde iriam comprar uma televisão. Bernardo teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Ele deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu. No mesmo dia, o pai ligou para a rádio Farroupilha, pedindo ajuda para encontrar Bernardo, a quem se referiu como "esse menino".
Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, que confessou à polícia ter participado do crime. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal
No dia 10 de maio foi preso o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz. Segundo testemunhas, ele foi visto nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado. A suspeita da polícia é de que ele tenha ajudado a abrir a cova.
Fora Evandro, que segue sendo investigado, a Polícia Civil indiciou os outros três presos - pai, madrasta e a assistente social - por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O inquérito, de 2 mil páginas, foi entregue à Justiça no dia 13 de maio. No mesmo dia, foi decretada a prisão preventiva dos três. Ministério Público de Três Passos denunciou Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz por envolvimento no assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. O pai, a madrasta e a assistente social responderão por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Os quatro foram denunciados por ocultação de cadáver. Leandro Boldrini foi denunciado, ainda, por falsidade ideológica.

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