Vulnerabilidade exposta
Após arrombamento, segurança no Palácio da Polícia é reforçada
Conforme o chefe da Polícia Civil, plano de segurança para o prédio já estava em execução e será acelerado
por Débora Ely
O prédio que deveria ser um modelo de segurança no Estado teve sua vulnerabilidade exposta na noite de quinta-feira. O Palácio da Polícia, em Porto Alegre, teve uma das portas laterais arrombadas, uma estátua danificada e um ventilador furtado. Apesar da quantia irrisória dos danos, a segurança já foi reforçada no local — garantiu o chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek.
O ponto do ocorrido — uma porta lateral na Avenida João Pessoa, próxima à Ipiranga — se encontra, temporariamente, sem câmeras de monitoramento. Está em tramitação o processo de instalação dos equipamentos, item que integra um projeto de ampliação da segurança do prédio. Outra medida adotada ainda na manhã foi o reforço nas portas do palácio, com a instalação de uma tramela de dois metros de largura.
— O plano já estava em andamento e, agora, será reforçado — afirmou Wondracek.
Por volta das 23h de ontem, uma porta de ferro teve o miolo da fechadura violado e foi aberta, dando acesso à secretaria do palácio. Na sala, estava a estátua do patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano. A suspeita de Wondracek é de que se tratassem de usuários de crack interessados em levar o busto para trocar por droga. O plano não se consumou, e a estátua foi deixada no chão — mas não intacta. Partes quebradas na traseira do monumento evidenciaram seu conteúdo: feita de concreto e coberta por um revestimento metálico, o item, dificilmente, valeria tanto quanto desejavam seus ladrões.
— Diria que foram consumidores de crack que, quando estão sob efeito da droga, perdem seus freios morais e a noção do perigo — aponta o chefe da Polícia Civil.
Os criminosos não tiveram acesso ao coração do prédio, onde ficam setores fundamentais para a corporação — como a sala de armas e o centro de informações. Nesses pontos, há monitoramento 24 horas e seria impossível não verificar a presença de alguém, segundo Wondracek. A segurança no palácio fica sob responsabilidade do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Civil, que, ao longo da madrugada, realiza rondas pelo prédio. A investigação deverá ser conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
— Há prédios mais modernos que são mais seguros. Esse é um prédio antigo — concluiu o chefe da corporação.
Quem foi Plínio Brasil Milano
O patrono da Polícia Civil, Plínio Brasil Milano, empresta a sua imagem à estátua que foi violada na noite de quinta-feira. Ele nasceu em Alegrete, em 1908, e atuou como delegado da Ordem Polícia e Social (Dops). Também teve a seu cargo a organização do Serviço de Contra-Espionagem e foi o responsável por destruir no Estado e no país uma rede de espionagem nazista, conforme consta nos arquivos da Academia de Polícia. Plínio morreu em Montevidéu em outubro de 1944. Seu reconhecimento público veio em 1983, com a designação de patrono da corporação. (ClicRBS)
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