domingo, 30 de agosto de 2015

Final do Freio de Ouro promete emoção

Cavalo Destaque da Maior tentará bicampeonato em Esteio


Final do Freio de Ouro promete emoção | Foto: Fabiano do Amaral / CP Memória

Danton Júnior

Após uma final emocionante no ano passado, a sensação entre os crioulistas é de que é difícil apontar um favorito para esta edição do Freio de Ouro, que será disputada neste domingo, a partir do meio-dia, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. 

Atual campeão, após desbancar os concorrentes na última prova, o cavalo Destaque da Maior tentará o bicampeonato da disputa mais importante do cavalo Crioulo. Caso consiga, irá obter uma façanha inédita. Este é o segundo ano em que, graças a uma mudança no regulamento, o campeão de um ciclo participa automaticamente do próximo. 

No entanto, Destaque da Maior não é o único campeão que estará em pista. Vencedor em 2012, Balaqueiro do Nonoai também vai buscar o título pela segunda vez. Atual campeã entre as fêmeas, Jotace Tranca não irá disputar a edição deste ano. Ao todo, 14 machos e 14 fêmeas estão na disputa, após 12 classificatórias realizadas em três países nos últimos cinco meses. 

Para o vice-presidente de Eventos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Luis Rodolfo Machado, não é possível apontar favoritos. “Enquanto não corre o último boi, não tem definição”, aponta. No entanto, ele afirma que as provas com gado é que costumam decidir o campeonato, tanto a mangueira quanto a paleteada. Nestas ocasiões, aponta Machado, o cavalo tem que saber lidar com o fator improviso, o que acaba premiando os melhores animais.

Na opinião do presidente da ABCCC, José Luiz Laitano, o Freio será decidido “no detalhe”, a exemplo do que ocorreu no ano passado. “A prova é altamente disputada, não existe mais um franco favorito”, aposta. De acordo com ele, o nível da disputa, aliado ao profissionalismo de criadores e ginetes, é crescente na prova mais importante do cavalo Crioulo. 

O julgamento ficará a cargo de Francisco Martins Bastos Sobrinho, Jorge Rosas Demiate Junior e Lauro Varela Martins nas fêmeas e André Luiz Narciso Rosa, Eduardo Neto de Azevedo e Fábio Muricy Camargo nos machos. 

Antes mesmo do anúncio do campeão, a próxima edição do Freio já começa a ser pensada — e com mudanças. Segundo Machado, o número de classificatórias vai passar de 12 para dez. Após o Bocal de Ouro, haverá uma grande etapa em Esteio, com os 48 animais melhor pontuados de todas as credenciadoras. Conforme Machado, o objetivo das mudanças é tornar a disputa mais competitiva. Outras novidades serão implantadas, mas ainda não foram divulgadas. 

Neste ano, o Freio de Ouro ocorre sob o impacto da preocupação com o mormo — que chegou a provocar o adiamento de uma das classificatórias, em Santo Ângelo. Fora isso, a única alteração, conforme Machado, foi a exigência do exame negativo para o ingresso dos animais no parque. 

Programação

12h — Solenidade de abertura
13h — Prova de Mangueira
14h45min — Prova Bayard/Sarmento
15h30min — Prova de Campo — Finalistas
17h — Entrega de prêmios

Expointer encerra primeiro dia com público superior a 46 mil pessoas

Sindicato de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado projeta que o setor irá igualar as vendas do ano passado

Tempo bom contribuiu para público no Parque de Exposições Assis Brasil 
Foto: Fernando Gomes  / Agencia RBS
O primeiro dia da Expointer 2015 encerrou neste domingo (29) com público superior a 46 mil visitantes. A 38º edição da feira segue até o dia 6 de setembro.
O tempo bom contribuiu para o público no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Mas o final de semana é marcado por visitações: os negócios começam efetivamente na segunda-feira. 
O presidente do Sindicato de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado, Cláudio Bier, projeta que o setor irá igualar as vendas do ano passado.
"Este sábado teve mais visitações aos estandes do que o do ano passado. Eu acho que o nosso setor foi o último a sentir a crise e eu tenho a impressão que será o que menos vai sentir, em função da boa safra, o preço das commodities está bom".
Neste domingo será divulgado o balanço de vendas. Também amanhã o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, visita a feira.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

 

Animais passaram por inspeção de veterinários da Secretaria da Agricultura
Animais passaram por inspeção de veterinários da Secretaria da Agricultura - Foto: Daniela Barcellos/ Palácio Piratini
O Pavilhão de Pequenos Animais da 38ª Expointer já admitiu 120 aves até a tarde desta terça-feira (25). O ingresso deve continuar até a tarde desta quarta-feira (26), um dia antes de começarem os julgamentos.
Para este ano, foram inscritas 712 aves. Entre as raças com maior representação estão a New Hampshire, Orpington, Shamo, Wyandotte e Sussex. Segundo a veterinária Adriana Rickeziegel, essas são raças valorizadas pela feira, já que delas se originam muitas outras de destaque na produção industrial gaúcha.
Todas as aves que chegam à Expointer passam por exames de admissão realizados por veterinários da Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado para prevenir a contaminação de outros animais e humanos. Se diagnosticados tipos de ectoparasitas, Salmonella ou doença de Newcastle, os animais são imediatamente dispensados.
São aguardados mais 357 coelhos, 323 pássaros e 33 chinchilas para a tarde desta quarta-feira (26). No total foram inscritos 1.425 pequenos animais para a edição deste ano.
Texto: Imprensa/Expointer
Edição: Cristina Lac/CCom

Maioria do Senado é contra PEC que reduz idade penal, apura G1

Levantamento ouviu todos os 81 senadores; 45 são contra texto da Câmara.

Para ser aprovada, proposta não pode ter mais que 32 votos contrários.

Laís Alegretti e Filipe Matoso
Do G1, em Brasília
Levantamento do G1 ouviu os 81 senadores sobre a PEC da maioridade penal aprovada na Câmara  (Foto: Editoria de Arte / G1)
O Senado derrubará a proposta de emenda constitucional (PEC) aprovada pela Câmara que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos se mantidas as posições manifestadas ao G1 entre sexta-feira (21) e esta quarta (26) pelos 81 senadores.
O levantamento indicou que mais da metade dos senadores (45) são contrários à PEC, aprovada em dois turnos na Câmara.
Para uma alteração na Constituição ser aprovada, são necessários os votos favoráveis de três quintos do plenário – ou seja, 49 dos 81 senadores. Dessa forma, a proposta poderia ter, no máximo, 32 votos contrários.
No levantamento, 27 dos 81 senadores ouvidos se declararam favoráveis ao texto aprovado pela Câmara. Nove preferiram não declarar posição.
Para ser promulgado como emenda à Constituição, o texto necessita de duas votações favoráveis no Senado.
O presidente da Casa, Renan Calheiros, já se manifestou contrário à redução da idade penal. Mesmo assim, afirmou que a proposta tramitará no Senado, mas não estipulou prazo para isso. Se aprovada em dois turnos pelos senadores, a PEC será promulgada. Se rejeitada, será arquivada.
Os senadores responderam ao levantamento do G1 na condição de anonimato – parte deles pessoalmente, parte por telefone e parte por meio da assessoria.
A pergunta formulada aos senadores foi a seguinte: "O senhor/senhora é favorável ou contrário à proposta de emenda à Constituição aprovada pela Câmara que reduz a idade penal de 18 para 16 anos nos casos de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos?"
Ministério Público e tempo de internação
Diversos senadores que se declararam contrários à PEC disseram que são favoráveis, em tese, à redução da maioridade penal, mas não nos termos em que a Câmara aprovou.

Vários manifestaram apoio ao projeto do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que estabelece a penalização de jovens entre 16 e 18 anos desde que proposta exclusivamente pelo Ministério Público e julgada exclusivamente por juiz especializado em questões de infância e adolescência.
Em fevereiro de 2014, a proposta foi rejeitadana Comissão de Constituição e Justiça do Senado numa votação em caráter terminativo (pela qual o texto não precisa seguir para o plenário). Mas um recurso foi apresentado para que a matéria não seja arquivada e possa ser analisada no plenário. Para isso, precisa ser incluída na ordem do dia.
Outros parlamentares afirmaram que consideram suficiente o projeto de lei aprovado pelo Senado que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o tempo de internação de menores de 18 anos que tenham cometido crimes hediondos. A matéria seguiu para votação na Câmara dos Deputados.
Pelo projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), os jovens que tenham cometido esse tipo de crime poderão ficar internados em centros de atendimento socioeducativo por até dez anos. Atualmente, o tempo máximo de internação é de três anos.
Câmara dos Deputados
Na Câmara, a redução da maioridade penal chegou a ser rejeitada, em votação no último dia 1º de julho. Na ocasião, a PEC recebeu 303 votos favoráveis – eram necessários ao menos 308.

Pelo texto, poderiam ser penalizados criminalmente os jovens com 16 anos ou mais que cometessem crimes hediondos (como latrocínio e estupro), homicídio doloso (intencional), lesão corporal grave, seguida ou não de morte, e roubo qualificado. Eles deveriam cumprir a pena em estabelecimento separado dos maiores de 18 anos e dos menores de 16 anos.
No dia seguinte, porém, uma manobra do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais defensores da redução da maioridade penal, permitiu que a proposta – após sofrer modificação – fosse novamente votada e, desta vez, aprovada. A votação final, em segundo turno, ocorreu no último dia 19, e o texto foi definitivamente aprovado na Câmara.
A manobra consistiu em restringir a penalização de jovens infratores entre 16 e 18 anos para casos de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos, com cumprimento da pena em estabelecimento penal separado dos menores de 16 e maiores de 18. Com isso, vários deputados mudaram o voto, o que permitiu a aprovação da proposta.

Rio Grande do Sul - Governo em crise: Governo entra com ação no STF para evitar bloqueio de contas

Ação cautelar, ainda sem prazo para ser julgada, solicita que as contas não sejam bloqueadas em caso de não pagamento da parcela da dívida com a União
Por: Kelly Matos

Governo entra com ação no STF para evitar bloqueio de contas Bruno Alencastro/Agencia RBS
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
A Procuradoria-Geral do Estado ingressou com ação cautelar no STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir novo bloqueio das contas no caso de o Estado não conseguir pagar a parcela mensal da dívida com a União. Nesse mês, o Estado sofreu bloqueio das contas por dez dias (do dia 11 até o dia 20 de agosto) por não ter quitado a parcela de R$ 263,9 milhões com o governo federal. Como as contas ficaram sob intervenção da União, o Estado atrasou repasses para a saúde, transporte escolar e outros pagamentos previstos a fornecedores. As informações são da Rádio Gaúcha.
O relator do processo no STF é o ministro Marco Aurélio Mello. Ainda não há prazo para que a ação seja julgada.
Após parcelar os salários de julho dos servidores até o teto de R$ 2.150, o governo de José Ivo Sartori decidiu complementar o valor pendente em 10 de agosto e adiar o pagamento da parcela da dívida. Com isso, no dia seguinte, a União bloqueou as contas do Estado, medida prevista em contrato. A situação só foi normalizada no dia 20, quando o Piratini retomou o controle sobre as contas.
Projeção feita por Zero Hora, com base em dados oficiais, aponta que a situação se agravou neste mês. A tendência é de que o Estado consiga acumular pelo menos R$ 595 milhões até segunda-feira. Caso se confirme, o saldo ainda cairá para R$ 215 milhões, já que o Piratini é obrigado a repassar R$ 290 milhões aos demais poderes.
Chamado de duodécimo, esse repasse é feito conforme o orçamento previsto para o ano (para pagar folha e custeio), e não com base na arrecadação de cada mês. Nos bastidores, integrantes do governo têm afirmado que estaria em negociação, com o Judiciário, a possibilidade de redução do valor. A informação é contestada por membros do Tribunal de Justiça.
Assim, restariam apenas R$ 215 milhões, valor insuficiente para pagar as contas pendentes de agosto (incluindo R$ 1,2 bilhão da folha de pagamento de agosto e outros R$ 265 milhões da parcela da dívida).
Um mês sob tensão
31 de julho
O governo do Estado paga salários do funcionalismo até R$ 2.150 e parcela o restante, provocando paralisação.

10 de agosto
Piratini decide terminar de pagar a folha de julho, em detrimento da dívida com a União, protelada desde o dia 31.

11 de agosto
União bloqueia contas até sequestrar o valor correspondente à parcela pendente (R$ 263,9 milhões).

20 de agosto
Cai bloqueio da União. Piratini retoma o controle sobre contas e começa a pagar pendências de julho.

31 de agosto
Se nenhuma receita extraordinária surgir de última hora, o Piratini irá parcelar novamente o pagamento da folha.

Rio Grande do Sul: Piratini em crise - Projeção indica depósito de R$ 620 por servidor no salário de agosto

Estimativa baseada na arrecadação mostra que quase todos os funcionários terão vencimento parcelado no dia 31. Piratini ainda aguarda receita para definir pagamento
Por: Juliana Bublitz

Projeção indica depósito de R$ 620 por servidor no salário de agosto Bruno Alencastro/Agencia RBS
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Elaboradas com base em dados oficiais, projeções indicam que os servidores públicos do Executivo do Estado deverão receber em torno de R$ 620 por matrícula no próximo contracheque, a ser pago na segunda-feira. Na prática, isso significa que os salários de quase todo o funcionalismo serão parcelados – em 31 de julho, o fatiamento atingiu 47,2% do quadro.
Oficialmente, o valor segue indefinido porque o Palácio Piratini ainda não sabe precisar quanto, de fato, entrará em caixa até sexta-feira. O governo contará somente com esse dinheiro para honrar o compromisso, a menos que encontre uma saída de emergência. Não há mais tempo hábil para apresentar o projeto de lei que amplia o uso dos depósitos judiciais (recursos de terceiros em litígio na Justiça).
Em julho, faltaram R$ 360 milhões para quitar as remunerações. A solução encontrada foi depositar R$ 2.150 por matrícula no último dia do mês e complementar o valor pendente em 11 de agosto, deixando para trás o pagamento da dívida com União. A estratégia resultou no bloqueio das contas do Estado, que perdurou até quinta-feira passada. Desde então, a Secretaria da Fazenda vem fazendo malabarismos para colocar os compromissos em dia.
– Até agora, praticamente todos os recursos arrecadados no mês foram usados para pagar atrasos, mas muitas contas continuam pendentes e vão permanecer assim por mais um bom tempo – diz o especialista em finanças públicas Darcy Carvalho dos Santos.
Nesta quinta, os cofres estaduais receberão a segunda etapa do ICMS recolhido sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, cujo valor será totalmente drenado para a folha. A Fazenda não divulga a estimativa de receita, mas, com base em números do Portal Transparência RS e da arrecadação no mesmo período de 2014, é possível estimar o que vem pela frente.
A tendência é de que o Estado consiga acumular pelo menos R$ 505 milhões até segunda-feira. Caso se confirme, o saldo ainda cairá para R$ 215 milhões, já que o Piratini é obrigado a repassar R$ 290 milhões aos demais poderes.
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Chamado de duodécimo, esse repasse é feito conforme o orçamento previsto para o ano (para pagar folha e custeio), e não com base na arrecadação de cada mês. Nos bastidores, integrantes do governo têm afirmado que estaria em negociação, com o Judiciário, a possibilidade de redução do valor. A informação é contestada por membros do Tribunal de Justiça.
Em entrevista na última quinta-feira, sem entrar em detalhes, o governador José Ivo Sartori disse que "10 ou 12 pontos" estão em tratativas para amenizar a crise. Isso explicaria, segundo ele, a demora para apresentar a proposta que amplia o uso dos depósitos judiciais para 95% do saldo – iniciativa que, de uma só vez, injetaria R$ 1 bilhão no Tesouro, evitando o parcelamento salarial. A lentidão é motivo de críticas entre a oposição e os servidores.
Um mês sob tensão
31 de julho
O governo do Estado paga salários do funcionalismo até R$ 2.150 e parcela o restante, provocando paralisação.

10 de agosto
Piratini decide terminar de pagar a folha de julho, em detrimento da dívida com a União, protelada desde o dia 31.

11 de agosto
União bloqueia contas até sequestrar o valor correspondente à parcela pendente (R$ 263,9 milhões).

20 de agosto
Cai bloqueio da União. Piratini retoma o controle sobre contas e começa a pagar pendências de julho.

31 de agosto
Se nenhuma receita extraordinária surgir de última hora, o Piratini irá parcelar novamente o pagamento da folha.

Greve prevista pode avançar, diz sindicalista
A possibilidade de receber menos de um salário mínimo (hoje em R$ 788) na próxima segunda-feira mexe com os brios de quem trabalha nas dependências estaduais. Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindisepe), Claudio Augustin reafirma: assim que se confirmar o cenário, o funcionalismo vai cumprir o prometido e paralisar as atividades até quinta-feira. Mas o prazo pode aumentar.
– O governo insiste em jogar a culpa da sua incapacidade política nas costas dos servidores, e isso está errado. Dependendo do que acontecer, vamos rediscutir a situação e avaliar a possibilidade de estender a paralisação – afirma Augustin.
O cenário pode se agravar ainda mais se a União decidir bloquear as contas do Estado nos primeiros dias de setembro. Até agosto, o governo federal vinha esperando 10 dias para aplicar as sanções previstas no contrato, o que dava fôlego ao Piratini.
Desta vez, a parcela da dívida (que deveria ser paga na segunda-feira, juntamente com os salários do funcionalismo) será novamente protelada para priorizar a folha. Se o bloqueio das contas for aplicado na terça-feira, a Secretaria da Fazenda ficará paralisada. Não poderá fazer nenhuma movimentação financeira até que o valor devido seja sequestrado, o que pode demorar dias. Com isso, o restante das parcelas salariais deverá levar mais tempo para ser quitado.
Ministro é convidado a falar sobre bloqueios
A situação financeira de Estados como o Rio Grande do Sul levou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a ser convidado para explicar, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, a opção pelo bloqueio das contas.
Outro agravante para a crise é o atraso no repasse do Fundo de Exportação por parte da União. Ao todo, o Estado tem R$ 118 milhões a receber, o que aumentaria em R$ 340 o valor a ser pago por matrícula na segunda-feira.
A verba vem sendo cobrada desde o início do governo, mas não chegará de uma só vez. Deverá ser paga em quatro parcelas, de setembro a dezembro. A data ainda não está definida.

Senado aprova recondução de Janot à Procuradoria-Geral da República

Plenário teve 59 votos favoráveis e 12 contrários ao procurador após mais de dez horas de sabatina

Plenário teve 59 votos favoráveis e 12 contrários ao procurador após mais de dez horas de sabatina | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil / CP
Plenário teve 59 votos favoráveis e 12 contrários ao procurador após mais de dez horas de sabatina | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil / CP
O Plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira, a recondução ao cargo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Foram 59 votos favoráveis e 12 contrários, com uma abstenção. Janot passou por mais de dez horas desabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) antes de obter a aprovação com 26 votos favoráveis e um contrário.

A sabatina começou às 10h30min e seguiu até por volta das 20h. Janot comentou que os episódios de corrupção descobertos recentemente contribuíram para a queda, este ano, do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). No momento mais tenso da sabatina na CCJ, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) teria sussurrado xingamentos ao chefe do Ministério Público Federal.

O procurador-geral da República também defendeu enfaticamente a delação premiada como instrumento decisivo nas investigações para desmontar poderosas organizações criminosas. Ele destacou que a Itália conseguiu desativar a Máfia a partir das revelações do delator Tommaso Buscetta, nos anos 1980. "Só foi possível o desbaratamento da máfia italiana com a colaboração." Buscetta, um dos mais importantes membros da Cosa Nostra, máfia siciliana, foi preso pela Polícia Federal em São Paulo, em 1983. Ele estava residindo no Morumbi havia alguns anos, quando foi descoberto pela PF. Em troca do perdão judicial, o "arrependido" Buscetta fez acordo de delação com autoridades italianas e apontou dezenas de criminosos. Morreu em Nova York, em 2000. "Ele entregou a estrutura criminosa daquela organização", disse o chefe do Ministério Público Federal brasileiro ao Senado.

O procurador também foi perguntado sobre a questão da criminalização do porte de drogas. O Supremo Tribunal Federal está analisando ação sobre o tema e vai decidir se pessoas flagradas com drogas em quantidades suficientes para consumo próprio devem ser presas. Janot lembrou que já se pronunciou nesse processo contra a descriminalização do porte de drogas, mesmo em pequenas quantidades. Para ele, isso abriria brecha para o crime organizado contratar usuários para a venda de todos os tipos de drogas. (Correio do Povo)